Pedro Abrunhosa
Desculpa o silêncio
Que trago em mim,
São gritos que penso
Que calo assim.
Desculpa as palavras
Que não saem da voz,
São noites cansadas,
Pedaços de nós.
E tu, onde te vais esconder?
E tu, onde te vais esconder?
Desculpa o beijo,
É o desejo a morrer.
E tu, onde te vais esconder?
Desculpa os dedos
Que te querem tocar,
Descobrem segredos
De suor e de mar.
Desculpa as manhãs
Em que acordas sozinho,
Levou-me a maré
As memórias que tinha.
E tu, onde te vais esconder?
E tu, onde te vais esconder?
Desculpa o beijo,
É o desejo a morrer.
E tu, onde te vais esconder?
Quanto tempo passa,
Quanto tempo tenho,
Quanto tempo fica p’ra te dar.
Quanto tempo vais,
Quanto tempo ficas longe,
Quanto tempo tenho para te dar mais?
Por quanto tempo partes,
Quanto tempo levas,
Quanto tempo deixas o teu corpo em mim?
Quanto tempo pedes,
Quanto tempo guardas,
Quanto tempo temos, quando o tempo chega ao fim?
E tu, onde te vais esconder?
E tu, onde te vais esconder?
…
Me leva,
Me beija,
Me pega um segundo.
Me agarra,
Me deixa
Viver no seu mundo.
Me mostra,
Me encosta
Na paz do momento.
Me guarda
No nada,
É nosso esse tempo.
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