20 de jun. de 2006

Oi!

Estou com o pescoço duro, depois de um feriado prolongadíssimo, afinal aqui em Ribeirão tivemos feriadão na segunda. 150 anos da cidade! Por que estou com o pescoço duro? Também não sei... Mas para me virar essa noite foi um sufoco! Fora que a todo o momento que acordava, pensava que papai e mamãe, acostumados em um espaço beeeeeeeeeeem maior que o que eu posso oferecer, estavam dormindo mal, e estranhando o barulho. Eles me disseram que não, que dormiram bem e nem ouviram nada, mas eu fiquei meio preocupada.
Hoje tive um dia light. Ainda não comecei a trabalhar depois do feriado, fiquei hoje de manhã em casa, fazendo as unhas de mamãe, depois fomos almoçar, dar uma volta e fomos ao médico. Gostei muito dele, me inspirou muita confiança! Seria bom que tivesse um jeito do meu pai vir sempre aqui pra se consultar com ele! Mas não sei se consigo arranjar sempre... Hoje foi uma exceção, nessa vida toda confusa e sem horários definidos, mas talvez seja também um sinal de que dá pra organizar as coisas de uma maneira mais tranqüila, vamos ver se eu me organizo! Minhas qualidades de auto-administração nunca foram muito boas! De qualquer modo acho que vou comparecer a uma das reuniões que o médico faz, aqui perto de casa, para familiares de pacientes com Alzheimer. Pode ser interessante. Acho que isso foi uma coisa que me fez crer mais ainda nele, um cara que cede as suas manhãs de sábado para esclarecer gratuitamente a população, os familiares, a respeito da doença.
(Mamãe acabou de ligar, chegaram bem, mas como percebi logo que voltei para casa, os remédios todos ficaram!).
Fiquei meio pasma ao ver meu pai responder que havia sido marceneiro. Não vejam isso como qualquer preconceito, por favor! Realmente, ele começou a trabalhar como marceneiro da Companhia Paulista de Ferrovias, mas o que fez a maior parte da vida, foi ser fiscal do INSS, onde teve sua primeira aposentadoria. Até pouco tempo atrás eu nem sabia que ele havia aprendido marcenaria! Sempre admirei o fato dele, em casa, resolver diversos problemas com suas habilidades manuais e sua criatividade... Isso é o que me deixa mais triste hoje, ao vê-lo perdido, sem conseguir se expressar como antigamente, repetindo as mesmas coisas, e cochilando pelos cantos... Essa doença é muito triste! Tem horas que parece roubar a dignidade do ser humano, a sua opinião, a sua criatividade, e o mais terrível, a sua independência! Eu nem sei muito bem o que dizer, na minha cabeça há uma mistura de sensações e sentimentos, muitas vezes tristeza, e ao mesmo tempo alegria de poder ter meu pai, mesmo que nem sempre consciente, aos 86 anos, ainda ao meu lado.
A cabeça da gente é um labirinto mesmo. Tem dias em que parece melhorar, em outros piora, e a gente não sabe o que fazer, se é que se pode fazer muito mais do que dar carinho, atenção, amor e compreensão... Eu não sei, e é por isso que pretendo ir a pelo menos uma das palestras do médico (quando não trabalhar sábado de manhã), talvez ele possa me dar uma idéia melhor do que fazer.
Bom, agora fui de “a” a “z” nas minhas confusões mentais, que não diminuíram!
Volto qualquer hora destas com notícias mais banais, menos importantes pra mim. Beijo a todos e boa semana!

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