13 de dez. de 2002

Recebi hoje de um amigo, que eu j� conhecia de vista a� do Brasil (Bi�logo tamb�m, mas de Rio Preto), e que veio, como eu parar aqui em T�bingen.
Principalmente em vista do que aconteceu com a Moniquinha na semana passada (depois de ter passado por depressoes e perdido o contato total conosco aqui, ela sofreu um acidente imbecil e faleceu, com apenas 33 anos e a caminho de melhora), achei bem bonito.
Valeu Marcelo!

"MEUS SECRETOS AMIGOS"
CR�NICA DE GARTH HENRICHS (ou do Paulo Sant'Ana)

"Tenho amigos que n�o sabem o quanto s�o meus amigos.
N�o percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade � um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos; enquanto o amor tem intr�nseco o ci�me, que n�o admite a rivalidade.
Eu poderia suportar, embora n�o sem dor, que faltassem todos os meus amores, mas enlouqueceria se me tirassem todos os meus amigos!
At� mesmo aqueles que n�o percebem o quanto s�o meus amigos e o quanto minha vida depende de suas exist�ncias...
A alguns deles n�o procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condi��o me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque n�o os procuro com assiduidade, n�o posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles n�o iriam acreditar!
Muitos deles est�o lendo esta cr�nica e n�o sabem que est�o inclu�dos na minha sagrada rela��o de amigos.
Mas � delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora n�o declare e n�o os procure. E �s vezes, quando os procuro, noto que eles n�o t�m no��o de como me s�o necess�rios, de como s�o indispens�veis ao meu equil�brio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, constru� e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles me virar as costas, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles o fizerem, eu desabo! Por isso � que, sem que eles saibam, rezo pela vida deles. E me envergonho porque essa minha prece �, em s�ntese, dirigida ao meu bem estar. Ela �, talvez, fruto do meu ego�smo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, lembro-me da cara deles se estivessem comigo, cai-me alguma l�grima por n�o estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece � que a roda furiosa da vida n�o me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que s� desconfiam ou talvez nunca v�o saber que s�o meus verdadeiros amigos.
A gente n�o faz amigos, reconhece-os�.

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